Brasília, 06 de agosto de 2014
| A CRIPTOGRAFIA NACIONAL É SEGURA E NÃO DEVE NADA AO MERCADO INTERNACIONAL
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Por: Ana Lobo | Convergência Digital
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A criptografia nacional é segura e não deve nada ao mercado internacional. A afirmação é feita por Gustavo Aranha, analista, e por Raimundo Sairava, diretor de Negócios da empresa brasileira ZTecnologia, desenvolvedora de uma plataforma local para assegurar privacidade nas conversas via telefone celular.
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Em entrevista ao portal Convergência Digital, o diretor de Negócios da Z Tecnologia, empresa com sede em Brasília, e que já tem na carteira clientes como as Forças Armadas e o Banco Central, fala da plataforma CelAzul ( www.celazul.com.br), 100% nacional e que garante a privacidade nas comunicações móveis de uma empresa, sem a inclusão dos famosos 'backdoors', denunciados por Snowden. |
"Estamos conversando com as operadoras móveis para que elas ofereçam a solução como serviço. Já temos algumas conversas bem adiantadas. Acreditamos que nos próximos dois meses já possamos ter a nossa plataforma integrada com uma grande operadora, mas muito provavelmente, ela será comercializada com a marca da Tele", antecipa.
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Com relação à decisão do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, do GSI da Presidência da República, que há duas semanas, baixou quatro normas que alteram ou inovam na proteção de dados no governo federal, com restrições à tecnologia de criptografia estrangeira, Saraiva foi taxativo.
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"Os países desenvolvidos têm tecnologia local para proteger o Estado. Nós ainda sofremos em função da reserva do mercado da década de 90. Há lacunas que precisamos preencher, mas a criptografia nacional é segura e não fica nada a dever às estrangeiras". Para Saraiva, o grande problema do Brasil é o comportamento dos gestores de tecnologia.
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Segundo ele, muitos ainda têm o 'ranço' que a solução nacional é ruim e não deve ser nem testada. "Os gestores precisam se atualizar. Há soluções boas no mercado. Nós, como outras empresas concorrentes, temos patentes de software e hardware. Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Precisamos ter mais crédito", sinaliza.
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As denúncias de Snowden, que deveriam ter movimentado mais o mercado de Segurança da Informação, provocaram mais 'momento de reflexão' do que pedidos de compras efetivos, afirma ainda Saraiva, especialmente no próprio Governo. "A lentidão nos surpreende. As contratações precisam acontecer e elas, mesmo sabendo que estamos num período eleitoral, já deveriam ter acontecido. No mercado privado, as decisões são mais ágeis e há uma busca maior por segurança efetiva. A mobilidade e a nuvem impõem novo modelo de segurança", completa.
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